Quem sou eu

Minha foto
Uma "luz azul a se extinguir e renascer com mais intensidade indo em direção ao futuro"

domingo, 6 de março de 2011

DUAS DEZENAS DE CANÇÕES


Duas dezenas de canções transitam por minha saborosa cabeça...
são canções que não consigo dizer o nome,
mas você pode dizer por mim

Livre de qualquer roupa, pele, carne, ossos...
subo no talo da folha do morango, na flor branca do morango
e resgato você em mim

Longas são as avenidas da minha vila, me levam a todos os lugares
e a nenhum lugar, por que haveriam de me levar?
As avenidas são livres, e se chegam a algum lugar...

Sei que o oceano começa e não termina no fim começo desse estradar,
os próximos passo que devo dar encontram-se intrícicos
nos moinhos de minhas vísceras

E eu que não sou e sou do mar,
margeio com a ponta da asa esquerda toda a orla do mundo
e aos poucos vou rumando para o interior,
para o interior do globo que é um desenho magnífico
de teu desejado corpo, de tua elevada alma

(planchêz éluard)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Me sinto vivo apenas quando escrevo




Perto de compreender os próximos passos,
cônscio do desejo que rego com a água dos trovões...
esse é meu homem, ora na luz, ora no escuro,
ora no além, ora no intervalo entre a luz e a escuridão

Nem longe, nem perto de casa,
dentro da margem esquerda da boa sorte,
ao norte do tempo que inunda as planicies de pássaros

Gostaria de saber lidar com a matemática,
fazer todas operações usando apenas o sentimento,
mas sou um aprendiz,
operário ajoelhado sob o sol à noventa graus do chão

Aprendo e esqueço a reza, a obrigação de algo ser,
o punhado de vento que terei que usar para temperar o café
e a lazanha

Me sinto vivo apenas quando escrevo,
e quando escrevo acabo morrendo
nos mundos que só a escrita permite acessar

(edu planchêz)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mãe, olha aquela estrela




Voo eu nas asas de um dragão,
nas alturas do Evereste avisto minha mãe tingida de azul,
ela é uma águia liberta nos doces braços do vento,
um albatroz voando entorno do planeta sem sombras,
uma barca de nuvens pairando sobre os mares de todo o universo

Mãe, olha aquela estrela,
aquela que você viu na hora do meu nascimento...

( edu planchêz
)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

pêssegos em caldas



(para Tatyane Luíza)


tudo passa pelos arcos do sexo:
a lua que acabei de afundar no teu ventre,
os poemas da noite fluorescente de rock e pêssegos em caldas,
a alegria de viver as manhãs sem culpas

com a glande na mão faço fontes de leite-mãe
jorrarem sob teu peito-globo-terrestre,
sob tuas nádegas marinhas encrustadas de perolas

o peixe cor de beijos
nada por dentro da tua espinha,
pelos meandros dos panos
que ora cobrem teu talho

(edu planchêz)


------------------------------------------------

Reza no Oriente que os Dragões são fazedores de vento



O vento é
O vento não é
Reza no Oriente que os Dragões são fazedores de vento
Muito importa
e pouco importa a cor do vento
e muito importa a cor do vento incolor


(edu planchêz)


----------------------------------------------

livre é você ao ler esse poema


"A maior dor do vento é não ser colorido." (Mário Quintana)


As rédeas dessa tarde estão bem soltas em minhas mãos,
quem sou para possuir tal poder?
Livre é a tarde, livre é você ao ler esse poema

(edu planchêz)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

QUANDO TUDO TERMINAR (Bob Dylan)


QUANDO TUDO TERMINAR (Bob Dylan)

"Na calada da noite, sob a luz ancestral do mundo
Onde a sabedoria cresce em meio a brigas
Meu cérebro desnorteado trabalha em vão
Através da escuridão e pelos atalhos da vida
Cada oração invisível é como uma nuvem no ar
O amanhã sempre virá
Nós vivemos e morremos sem saber por quê
Mas eu estarei com você quando tudo terminar
Nós comemos e nós bebemos,
nós sentimos, nós pensamos
Ao longo da estrada por onde
caminhamos sem rumo
Eu rio e choro e estou sendo assombrado
Por coisas que nunca quis ou desejei dizer
O trem da meia-noite segue o seu rumo
Nós todos vestimos a mesma coroa de espinhos
De alma para alma, nossas sombras rolam
E eu estarei com você quando tudo terminar
A lua traz a luz e ilumina a noite
Quando eu raramente sinto o seu brilho
Nós aprendemos a viver e então perdoamos
Pela estrada pela qual somos obrigados a caminhar
Mais delicadas do que as rosas, essas preciosas horas
Que nos mantêm tão unidos
Você aparece aos meus olhos como uma visão dos céus
E eu estarei com você quando tudo terminar

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

eu vi você corre e cair em meus braços com todas as flores de minas gerais



(para Tatyane Luiza)






Um dia, um gato, um dia uma égua,
um dia o último gole da miséria
Por quantas luas já mergulhei a cara e a boca?
Um pássaro chamado silêncio me rodeia, eu tenho que dormir,
resgatar as forças para o próximo dia...
e eu lembro de meus irmão poetas... eu lembro de meu amor...
e ouço Angela Ro Ro

"Ela" me disse que queria um abraço...
mas a distância...
quero meu amor perto de mim

Eu e meu pai
(que agora também é mãe,
porque a nossa mãe partiu com as andorinhas outro dia),
vimos hoje um pé de beijo-de-frade repleto de flores,
eu vi em Curitiba canteiros de amores-perfeitos
reluzindo sob o luar de dezembro,
eu vi você corre e cair em meus braços
com todas as flores de minas gerais

(edu planchêz)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

as grandes do grande portão de ferro




Ouvi de meu pai hoje histórias de assombração
(de cavalos fantasmas que o seguiam pelas madrugadas de samba),
lembrei também que meu avô Antônio nos relatava que bruxas
costuravam roupas no corpo das pessoas enquanto elas dormiam
em sua Portugal

Meu avô Antônio quando criança mamava nas tetas nas cabras,
tomava sopa de pão com vinho,
se aventurava uivar com os chacais sobre a copa das árvores

Meu outro avô João, certa vez ao passar numa madrugada
na porta do campo santo de Maceió, virá um cachorro de olhos de fogo
atravessar a rua e cruzar sorrateiramente as grandes do grande portão de ferro

São histórias, que me remetem à Manoel Bandeira, à Joge Luiz Borges...

História e lembranças perdidas e encontradas na noite do tempo,
nas curvas do túneo nevoento do pensamento comum à todos

(edu planchêz)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Todo meu corpo encontra teu corpo



(Para Tatyane Luiza)


Nas setas da cauda do bicho que sobrevoa
meus cabelos de música e fogueiras azuis
cabe meu olhar de quase tudo
e os quilómetros de tuas mãos acariciadoras

Todo meu corpo encontra teu corpo
no corpo das árvores, no corpo das areias,
no corpo dos mar de algas,
nos lençóis,
nossas peles irmãs

( Edu Planchêz)


----------------------------------

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Verdadeiro como um lírio





Verdadeiro como um lírio vou por essas ruas de pessoas e carros,
transpondo o tempo e os terríveis açucares do mau-olhado,
eu nem acredito nisso, nem em nada que vem de estâncias diminutas

Sendo margarida e canção
saboreio o sonho que o sol tem para mim...

(edu planchêz)

-----------------------verão carioca avassalador




calvário, verão carioca avassalador,
três mil graus para nos deixar em ponto de ebolição,
em ponto de linha azul e vermelha,
na rede de Cazuza

Entrando na rede, na rádio, no raio do remo...
Leminski diz que é muito prazeiroso
gozar com a linguagem, com as palavras,
com a cabeça do caralho bem vermelha

Somando... o suco do homem que virou palavra
com o suco da mulher nua de palavras vãs

É som de morcego, é som de almas
se espalhando pelos pelotis do décimo sétimo andar

(edu planchêz)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Todas as palavras que plasmei por essas vidas




Todas as palavras que plasmei por essas vidas se acomodam
sob as nuvens e sob as camadas da crosta terrestre...

Os verbos são vermes e larvas corando o chão
e as ilhas que imagino flutuarem nas transparentes cortinas
e nas praias que não existem na Sardenha nem no Caribe

A última palavra do verso anterior
me remete a um sardento menino de dezessete anos
embarcando num cargueiro pirata
para o peito queimante da África
das feras e das remotas crateras salgadas
pelo fogo da combustão das pedras

Uma bandeira de ossos cruzados cobre o mar dos ancestrais
com seus saqueadores para num motim monumental entranhar
no ventre da baleia negra
o mapa do céu e do sagrado inferno

(edu planchêz)


------

deixa eu espiritualmente tomar banho com você...




deixa eu espiritualmente tomar banho com você...
meu pau espiritual é invisivel...(edu planchêz)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Nessa noite que sinto que vou morrer, que sinto que vou nascer, evoco os mestres que elegi para serem meus mestres



(À Lucas Castelo Branco)

Nessa noite que sinto que vou morrer,
que sinto que vou nascer,
evoco os mestres que elegi para serem meus mestres

Sussurro...Federico García Lorca...
...Allen Ginsberg...
Paulo Leminski... Roberto Piva...
Manuel Bandeira...
Ana Cristina Cesar... Zé Ramalho...
Jim Morrison...

Écos reverberam em minhas cordas vocais,
em minhas costelas...

Ouço vozes...ouço palmas e castanholas...
guitarras... animais pré-históricos gemerem...
bocas e vulcões vomitarem versos e sangue

(edu planchêz)

domingo, 23 de janeiro de 2011

encontro de ouro




o símbolo do romantismo me rodeia, pode ser uma ilusão,
uma miragem, algo apenas pensado...
mas é tão lindo... que seja verdade,
festa, alegria,encontro de ouro mais que fino

(edu planchêz)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

TATYANE LUIZA



Com quantas Tatyanes Luizas se fazem uma cachoeira?
Com quantos mares conquisto essa dama luminosa?

Corro por dentro de mim com o vento que vem dela,
com suas pupilas mineiras me vejo
e vejo a raiz de todas as serras e vales...
e chego no fundo da Terra
para colher a flor de matéria ígnea

(edu planchêz)

Meu olhar de muitas milhas te acaricia durante teu sono bonito...





"A pior covardia de um homem
é despertar o amor de uma mulher e não corresponde-lá."
(Bob Marley)





(Para Tatyane Luiza)

Meu olhar de muitas milhas te acaricia durante teu sono bonito...
deito a te lado,
mas o faço com tanta delicadeza que você nem percebe,
sou sua pele e seus pêlos,
suas mãos e pés...

É um amor tão grande...de dimensões imensuráveis,
maior que esse planeta, maior que o eclipsei total
de todos os sóis e luas

Sob os eflúvios das grandes florestas
gero em nós a mais bela de todas as flores,
o perfume mais sublime

Penso em você, vejo o rei de todos os pássaros
pousar em meu peito simples e humilde
e fazer seu ninho com pétalas de flores de cerejeiras

(edu planchêz)




VAGINA ESTELAR



(para TATYANE LUIZA)

Ela (sabe de quem falo) encaixa com perfeição sua vagina estelar
na linga de Shiva sempre em brasa viva,
sempre em sintonia com o útero espiritual do Logos

(edu planchêz)


"O poeta seria, portanto, aquele homem que, capaz de receber os fenômenos naturais e sociais de modo especialmente sintéticos, e também capaz de explimir em palavras orgânicamente relacionadas, essa visão totalitária de um mundo e de um época."
(Mário Faustino)
"Seria perigoso colocar o poeta num bizarro pedestal, isolando-o de seu próximo(...)"
(Mário Faustino)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

E eu sou o que observa, o que fabrica o fetiche e a sedução




Cidades que conheceram meus pés,
cá estou...Praça Tiradentes, Rio de Janeiro...
noite de intenso calor...
as águas de janeiro trouxeram a lama,
o lodo, a tromba d'água

Contamos nossos mortos...
contamos nossos dedos...
contamos lorotas para sairmos vivos
desse destempero

um ano que segue, eu seguindo esse ano,
de pé, de quatro, deitado
olhando pra o céu que desmoronou

ainda restam umas gramíneas,
umas hortênsias, uns casulos de joão-de-barro,
algumas muitas andorinhas arrastando o verão

Querendo ver o coco inteiro, o coco quebrado
partido em pedaços que se espalham pelas praias

E eu sou o que observa,
o que fabrica o fetiche
e a sedução

(edu planchêz)


Chapéu preto, chapéu de bruxo...



Chapéu preto, chapéu de bruxo...
estive entre as lacraias e fui feliz entre elas...
se você andasse comigo saberia mais do que dizem as telenovelas...
não andaria contando apenas os números que movem as loterias
e os caixas eletrônicos

(edu planchêz)

descendo as escadarias do bairro de Fátima




descendo as escadarias do bairro de Fátima,
descendo as escadas do medo,
as escadas do terror
para pisar nas linhas do sol
que saem dos olhos de meu filho

preciso chorar sem reclamar dos socos
que recebo da vida,
envergo mas não quebro,
quebro mas não viro pó

e se virar pó,
me condenso com a força dos jamins de Flá Perez
para me verter em rocha,
monolito, pedreira dos mestres da pedra

(edu planchêz)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Eu quis o banho, o lençol e o cobertor


(para TATYANE LUIZA)

Escrevo para uma pessoa,
para a fotografia bonita,
para o querer estar,
para o toque simples e verdadeiro

Abro os braços e me torno uma nave
cruzadora de anos-luzes,
de distâncias emotivas

Os amores de Picasso
Os amores de Edu Planchêz

Sem tinta e sem tela pinto
o quadro que vi num sonho,
nas sementes da pele dela,
em todos os seus atonais pêlos,
em seus lábios-luas-cortadas

Eu quis o banho,
o lençol e o cobertor,
a nova centelha...
o beijo...

(edu planchêz)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Cores da primeva manhã do meu e do teu amor




Cores da primeva manhã do meu e do teu amor:
mato de prata,
rastros luminosos da lua de sandalo e almíscar,
versos lilazes de Florbela Espanca,
vestidos brancos usados por Creópata e Sônia Braga

No azul e no vermelho despejo as lágrimas
que ora me cobrem,
vos digo que quem perdeu o poder de ver cores compreênde
esse absurdo desaguar

Choro as cores que vi desde minha infância,
desde a infância da terra,
desde de a infância do fogo

Cores que nunca vi mas que sempre me viram,
são pontos perdidos nos céus?

(edu planchêz)

--------------------------

assim que meus versos estamparem em letras garrafais o The New York Times


Pelo próximos dias, você se ajoelhará diante da minha poesia e beijará o chão meu pai,
assim que meus versos estamparem em letras garrafais o The New York Times,
multidões me seguirão pelas ruas tal qual faziam com Dylan Thomas, você, Nelson Motta e Caetano Veloso pagarão com dobrões de ouro um beijo meu. (edu planchêz)


----------------

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

andarás para sempre pisando em meu nome



Assino meu nome com o pau e com os dedos das mãos
entre os dedos de teus pés, e nas solas também...
assim andarás para sempre pisando em meu nome

E esse nome que me foi dado por meus pais e avós...
se eleva para o além de todos os continentes
Meu nome é águia e albatroz, andorinha e canário...
voando para os vales e cumes das grandes montanhas da Terra,
das grandes montanhas espalhadas por todas as estrelas
e corpos celestes, e corpos sem nomes
e com nomes

Me peça o dom de se emaranhar a ti
que te ensino e aprendo...

Fui até a lixeira do meu prédio
e me deparei com uma aranha marrom bem crescida...
ela esquivou-se de mim, me temeu, temeu a morte...
foi se chegando para o canto da parede...
eu à respeitei, ela me respeitou,
ambos seguimos nossos caminhos
de seres celestes e terrenos
(edu planchêz)


-----------------------

o ventilador, a cadeira, a janela...





O coração atingiu o número de batidas:
covarde matemática...Há algo de cruel nesta matemática...
As pessoas não deviam morrer;
ficariam em close e desapareceriam lentamente...
desfocando aos poucos...
como nos filmes de Carlitos...
(Carlos Vereza)



o ventilador, a cadeira, a janela...
o capim navalha crescido com as presentes chuvas...
eu aqui acordado, contando nas linhas do corpo
os que partiram...
vou viver mais essa hora, mais esse dia,
mais alguns beijos nos lábios de um amor

o eterno retorno... os incontáveis minutos...
o tempo que nada espera,
eu viajando por ai à bordo de um número de incontáveis
aeronaves, navios, e...

eu sendo eu mesmo, eu sendo o infante dom henrique
vestido com um manto vermelho bordado com estrelas cadentes...
olho para o fundo do céu,
olho para o fundo do meu eu questionador

as ruas acordando, eu acordado, eu sujo e limpo,
flor, fruto e semente de minha mãe, meu pai
e meus ancestrais

inúmera voltas dou envolta de mim mesmo
para tudo e nada saber,
para compreender de que é feita a terra
e seus elementos transitórios

eu e o mundo, e as coisas desse mundo,
e os amores que assopram em meus ouvidos,
são tantos os amores, mas o grande amor
sou eu mesmo, essa mão que escreve
e é cortada com delicadeza
pelo vento meu amigo

(edu planchêz)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Amy Winehouse não voltará para a Inglaterra

















Alguém bate à porta, pergunto: quem é?
Uma voz responde: " Amy Winehouse"
Digo, "querida, é você?
Quem bom que você veio,
também hospedada bem aqui ao lado...
não poderia deixar de vir aqui
tocar um pouco de violão comigo"

Amy Winehouse depois de entrar...
assim meio cambaleando e trocando as pernas,
veio até mim e me abraçou bem forte
e disse "beije-me",
nos beijamos sem parar durante três horas e meia,
e fomos lentamente indo para a cama
que sempre está propositalmente desarrumada,
ali fizemos amor durante dois dias e quatorze horas,
não levantamos nem para mijarmos,
perdemos a conta dos múltiplos orgasmos:
Amy Winehouse gritava, eu gritava,
ela me mordia, eu à mordia...
ela me deixou todo marcado,
cheio de chupões,
também não deixei por menos,
a marquei toda, escrevei meu nome em seus seios
com as unhas, com sangue e porra

Amy Winehouse não voltará para a Inglaterra,
ficará aqui comigo cuidando das plantas
e dos livros: fodam-se os nossos fãs
Ela me disse que de hoje em diante devo chamar meu pau de escorpião,
eu disse para ela que sua vagina é uma loba negra miando para o sol

(edu planchêz)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ele veio com sua capa vermelha e azul, acompanhado do Batmam e do Coringa para resolver a parada sem a ajuda dos Urutus dos fuzileiro navais









Que Ronaldinho Gaucho é cacete?!?!:
Tavinho Paes o herói e o principal criminoso desse engenho burlesco,
o homem gol, o nosso redator chefe, delegado e malaco.
Ele veio com sua capa vermelha e azul,
acompanhado do Batmam e do Coringa para resolver a parada
sem a ajuda dos Urutus dos fuzileiro navais.
O mestre dos mestres, desceu de uma nave em pleno sol da meia-noite
para riscar o chão do grande combate com seus punhais virtuais.

Esse monstro andou hibernando com seus casacos de linho cor de ouro
pelas cavernas da puberdade do planeta,
pelas janelas quase antenas,
pelas montantanhas de Ipanema

Ele tem os despachos e os Caboclos exátos
para desmanchar esse Ebó palavresco,
para aparar o cabelo, a barba e os pentelhos
desses Orenocos que nunca existiram

"Se o herói tem uma capa de estrelas",
Mister Paes tem um aurelado manto,
maldito e mágico, negróide e ensolarado
para destronar qualquer Rei desbundado

Mister Paes chegou,
acabou-se as rinhas,
escondam seus galos
e suas galinhas.


(edu planchêz, um dos Orenocos)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Três gatos de matéria estelar copulam



(para Flá Perez)


Três gatos de matéria estelar copulam sobre o telhado,
sobre o telhado amarramos nossos cabelos em nossos cabelos
para sobre a as telhas quentes de janeiro
nos penetramos
assim como o mar penetra a cidade

(edu planchêz)



---------------------------------

Pontas de estrelas, pontas de diamantes




Pontas de estrelas, pontas de diamantes,
pedaços de folhas deixadas pelo vento
sobre o tapete de Aladim

Pousado eu e ela na folha-tapete...
grandes são os rasgos que as estrelas românticas
pontuam em nossos pés, em nossas costas-espelhos
de todos os tesouros,
de todas as borboletas protetoras dos que sonham
com riachos e balões de rosados,
pavões azuis e damas prenhe de poesias
e cavaleiros pratedos

(edu planchêz)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Os sinais da madrugada mostram pistas



Os sinais da madrugada mostram pistas,
desenhos de como serão os ponteiros do vidente dia,
para que lado o Guerreiro da luz
apontará suas palavras e gestos
afim de ordenar seus pensamentos
e por a prova seus projetos

(edu planchêz)


-----------------------------------------------------

punheta vem de punho e é do punho que surge a mecânica do escrever...





A tua última palavra é a minha primeira masturbação...
punheta vem de punho e é do punho que surge a mecânica do escrever...
minha poesia ultrapassou as fronteiras,
está em Mônaco, em Madri, Lisboa, Londres, Jacareí...
se fede ou cheira???

O foder é poético, não foder também...
o que queres,
que eu estique uma corda de estanho
para que caminhes num solo de fogo
sobre os continentes do impensado,
que eu abra com o punhal dos verbos moles
uma porta de carne
para que chegues nas andaluzes passadas de Lorca ?
Ana cristina Cesar, tinha uns seios lindos...

(edu planchêz)


--------------------------------------------------

flor liláz atáda ao limbo



No máximo no dia de hoje,
consigo subir umas ruas de santa teresa,
ir até os Arcos da Lapa...
estou com alma machucada, essa é a verdade,
há três dias que não saio de casa,
que vejo o dia e não me animo à ser tocado pelo sol

Sem nenhum choro, com todos os choros...
corto as vistas pelas matas
e não sou nenhum dos pássaros
que nela perambula

A verdade é que morto um pouco estou
com a partida de minha mãe para o outro lado,
ela se foi para o além das águias,
subiu o Portal do Dragão junto com as carpas
e os salmões

Eu em meu silêncio não subo cachoeira nenhuma,
permaneço imóvel,
flor liláz atáda ao limbo

(edu planchêz)


-----------------------------------

encontrará a morte certa em meus versos


















Escrevo o que quero livre
de qualquer julgamento,
pensares,
tua opção é ler ou não ler

Se fores conservador extremo,
tome muito cuidado porque
encontrará a morte certa
em meus versos
com requintes de crueldade

(edu planchêz)


----------------------------------------

À Flá Perez e Guedes Bueno




Para mim nada passou,
ignoro o tempo do relógio, o calendário...
faço uso disso por que é a imposição da civilização.
Se você se apegou a um de meus escritos,
vos digo, que foi um momento e as palavras que achei
nequele ocaso foram aquelas,
não me prendo a nada, sei que preciso comer,
cortar as unhas, tomar banho...
a escrita, a poesia é minha reza, é meu inferno,
vivo disso e para isso, não há outra forma.

Se você prestar atenção,
mergulhar "naquele" referido poema,
verá o lirismo sim,
há lirismo na porra, no escremento...
sei de teu abissal mergulho na herdade das coisas-palavras,
eu falo o que me vem a cabeça sem censura ou pudor,
não escrevo para as pessoas, escrevo para para o escrever,
para os meus belos e horriveis olhos não olhos.

Sou tal qual você escritor leitor...
não sei o que é saudosismo,movivimentos, formas,
não sei o que não é:
se o prazer desse agora for um carro de boi
puxado por vassalas minhocas, que seja:
estou aqui para matar e para morrer,
para verter e não verter nada e tudo.

Minha tinta é qualquer coisa:
lápis, sangue, cuspe, merda, o teclado de um computador,
faíscas elétricas, liquido vaginais...

Não me vejo na obrigação de ter que escrever,
de agradar, a mim ou ao outrem.
O que foi escritor, foi escrito,
o que será escrito, será escrito.
(edu Planchêz)

-----------------------------------------

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Eu adoro o critóris, para mim ele é Deus. Eu tive um amor que se foi há pouco tempo, q pedia p eu conhecer os detalhes de seu critóris, de sua vagina, a arte que a envolvia, eu ficava emocionado e chorava, ela tb chorava, era emocionante. Sinto saudades, muitas


Entrando na alma do teu critóris para nunca mais sair,
ouvi o teu chamado bem antes e depois da chuva,
bem antes do maior de todos os relâmpagos riscar o céu do quarto


(continua)
(edu planchêz)

sábado, 1 de janeiro de 2011

Bom dia, planeta barro! Boa tarde, planeta de ferro!


Bom dia, planeta barro! Boa tarde, planeta de ferro!
Pessoas e feras,
o que mudou com o desenrolar da pirotécnica serpente
da suposta nova era que começou?

Os brancos continuarão brancos,
os pretos continuarão pretos...
e os índios, tratados como altistas

Mas eu quero apontar meu olhar comum
para outros ângulos...
agora quero ver sáias floridas,
pernas torneadas vertidas em serpentes
agitadas sobre o luar carvão de minhas pernas
de cão andaluz sedento de carnaváis místicos

O ápice do que penso contrói sobre teu ventre
a nau de cores mutantes
porque você é mutante
e sou mutante espalhando sobre as linhas centrais
do prazer poeira de estrelas

Que o velho moínho dos pensares mortos desmorone
nos caninos do mar,
nas entranhas da fornalha da nebulosa mais próxima...
e eu e você,
de mãos dadas caminhemos pelos fios perfumados
deixados pelo arco-íris

(edu planchêz)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

JUNTANDO PEDRAS


Juntando pedras,
unindo pedras com as mãos dos que antecederam os Maias,
com as mãos que precederam minhas mãos

O que faço, o que construo, e para que?

Triângulos de pedra, losâgulos de pedra...
O que quero dizer com essas pétreas palavras?
O que quero dizer com o que quero dizer?

Pelo Rei que sou, pela Fé que abraço,
não posso ser um astro fora de órbita,
sem luz e sem sentido

O novo ano do calendário cristão começa,
e eu começo juntando pedras,
as minhas pedras,
as pedras que vou encontrando

Me vem à mente "O portal do Dragão",
o que quero desse vazio,
dessa muralha de pedra e ferro erguida
entre a minha e a tua cidade,
entre o meu e o teu coração?

(edu planchêz)


----------------------------

Ouvindo "A Barca do Sol"

Ouvindo "A Barca do Sol",
ouvindo aquilo que quase ninguém mais ouve...
perda de tempo, perda do tempo, perda do templo

Edu Planchêz das cavernas,
ultra arcáico, um barbáro repugnante,
vive entre os seres humanos,
mas deveria viver entre os vermes,
entre as feras
que moram na morbidez dos vulcões extintos,
nas poças de lama
que se formam nos sopés das montanhas esquecidas

Venha...velho corvo, pouse nos paus de meus ombros,
nas gramas escorregadias do mar deserto

(edu planchêz)

----------------------

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A explosão que esse poema provoca é mais aterrorizadora que todos as bombas atômicas que explodiram e que ainda explodirão


A explosão que esse poema provoca
é mais aterrorizadora que todos as bombas atômicas
que explodiram e que ainda explodirão

A explosão que esse poema provoca no mundo dos homens
e dos não homens, é mais sutil
que as frondosas labaredas do trovão

Mesmo que não que queira a força dessas palavras
invadirão os países e as pessoas
de um forma tão bombástica
que se quer haverá tempo de se piscar
ao menos um olho ou mover um artelho

Essa é a nova reza da Terra, a nova espada,
cabeças vazias de sonhos estão sendo decepadas
porque esse poema é um sabre,
a nave em chamas do fim do mundo

Estou entre os vingadores Samurais do cortante Clâ
que não admite o permanecer dos que não veneram o céu
e suas as delirantes estrelas

(edu planchêz)