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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Me sinto vivo apenas quando escrevo




Perto de compreender os próximos passos,
cônscio do desejo que rego com a água dos trovões...
esse é meu homem, ora na luz, ora no escuro,
ora no além, ora no intervalo entre a luz e a escuridão

Nem longe, nem perto de casa,
dentro da margem esquerda da boa sorte,
ao norte do tempo que inunda as planicies de pássaros

Gostaria de saber lidar com a matemática,
fazer todas operações usando apenas o sentimento,
mas sou um aprendiz,
operário ajoelhado sob o sol à noventa graus do chão

Aprendo e esqueço a reza, a obrigação de algo ser,
o punhado de vento que terei que usar para temperar o café
e a lazanha

Me sinto vivo apenas quando escrevo,
e quando escrevo acabo morrendo
nos mundos que só a escrita permite acessar

(edu planchêz)

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